Última actualização: 23 de Setembro de 2020
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História

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História
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Ossela é uma terra carregada de história. Segundo o historiador Pinho Leal, é mesmo um dos mais antigos povoados do País, mergulhando a sua origem nos tempos anteriores à fundação da nacionalidade. Mas de onde lhe veio o nome é que ninguém sabe ao certo. Provavelmente a origem vem do português arcaico "osso", "usso", isto é, o urso da antiga fauna medieval. Argumentam alguns historiadores que já foi cidade com o nome de "Ossa" dado pelos gregos no ano de 2700 do Mundo ou 1304 a. C.

Muito provavelmente assim teria sido. No entanto, merece igual crédito a hipótese sustentada por alguns cronistas, segundo os quais por altura do ano 150 a.C. nesta localidade se travou confronto renhido entre lusitanos e romanos de tal modo feroz, que o solo ficou juncado de cadáveres a cujas ossadas, provavelmente, se deverá o nome que esta terra tomou (todavia, de observar que o mais natural seria derivar em "osseira" ou "Ossal" e não Ossela).

Documentalmente, nada existe que comprove a veracidade de qualquer destas hipóteses.. e ainda argumentam outras, embora menos credíveis. Na "Monarchia Lusitana" de Bernardo Brito, dá-se conta de uma inscrição gravada em pedra que de Cambra trouxeram para o Valle d'Ossela. "Impr: Caes AVG: Inter: Div: Rel. Cohor: Preasid: Vace: Oscel: Lanco: Calen: AEN: Leg: X: Fretens: Eivs: Nvm: Spetacvla: ET: Lvd: Gladiat: E: V: Vrbes: Lvsit: L : A: Exp: Et: Hecatomb: D: D.

" Sobre a inscrição desta lápide, Faria e Sousa, na sua "Europa Portuguesa" traduziu assim: "As cortes e companhias da legião Décima chamada Fertense, que se alujavem e presidiam em Vouga, Ossela, Lanco, Cale e Eminium, ofereceram espectáculos e jogos de gladiadores ao imperador César, divo Augusto, contado no número dos deuses; e estas cidades da Lusitânia fizeram o dispêndio e diversas hecatombes."


Sabendo-se haver fortes motivos para duvidar quanto à veracidade da real existência da lápide com a inserção citada, nem por isso, deixaremos de acreditar que a freguesia de Ossela foi, de facto, cidade outrora. Em data histórica incerta, veio a perder a sua importância. Mais tarde reconstruída em vasta necrópole cristã e, a dar fé na tradição oral, igualmente teria sido mourisca, cujas portas de entrada se situavam nos lugares hoje denominados Baralhas e Portela.

À volta da sua antiguidade teceram-se muitas fantasias, algumas sem grande fundamento, como o será a da santificação do Santo Hermenegildo em 585, num castelo de que não há vestígios (anote-se todavia, que em Ossela existe um lugar chamado Mosteiro, o que nos leva em reticências...).

Do que não restam dúvidas é que, em tempos de D. Bernardo I o gotosso, aqui se travou rija batalha entre as hostes mouras, chefiadas pelo feroz Almançor, e as cristãs, comandadas pelo progenitor dos condes da Feira, D. Froiláz Vermuiz, que deixaria o seu nome ligado a um dos lugares desta freguesia actualmente denominado Vermoim. Ossela em área, uma das maiores freguesias deste concelho, mas apenas com cerca de 2.200 habitantes, Ossela confina com Vale de Cambra e estende-se pelo Vale do Caima.

Ossela evoca um importante Crasto um cobiçado vínculo com a Capela e a conhecida Casa-Museu de Ferreira de Castro: o Crasto de Ossela, onde apareceram dezasseis braceletes de ouro e onde se ergue um singela Capela já foi explorado por arqueólogos, mas está por classificar; o vinculo do chamado Mosteiro de Ossela foi instituído pelo Cavaleiro João Lourenço Buval, em 1372 e por ele dotado com o fim de lhe serem ali rezadas missas diárias por dois capelães; e a Casa-Museu Ferreira de Castro fundada na própria Casa em que nasceu o escritor Ferreira de Castro.

Por tudo isso, é uma freguesia rica de valores culturais e com uma longa história que, desde o século X, andou ligada ao Mosteiro de Paço de Sousa, depois ao de Cucujães e aos famosos Brandões do Cancioneiro, herdeiros do referido vínculo de João Buval.


OS PUCAREIROS DE OSSELA – OLIVEIRA DE AZEMÉIS “ Ossela é uma freguesia do conselho de Oliveira de Azeméis, município da área de transição entre o Douro e a Beira Litoral, a meio caminho entre as cidades do Porto e Aveiro.
Foi aí num pequeno núcleo de umas poucas famílias alargado também à vizinha freguesia de Castelões (Vale de Cambra), que durante pelo menos duas gerações foi produzida louça preta de uso local e regional, com notória e justificada similitude com as olarias negras mais conhecidas do centro de produção de Molelos, no conselho beirão de Tondela.

Foi o etnógrafo Rocha Peixoto (1866 - 1909) em celebrada notícia da Portvgalia, em 1908, que trouxe ao conhecimento público o ofício e a arte dos pucareiros de Ossela, como eram conhecidos, se bem que os púcaros propriamente ditos constituíssem apenas um das diversas formas que moldavam ao torno. Aliás, o elenco tipológico de Ossela só modernamente foi reconhecido e essencialmente com base em colecções museológicas e particulares, já que a produção do último oleiro, falecido em 1959, se encontra muito dispersa e em grande medida perdida.

Nas perto de quatro dezenas de peças inventariadas, incluem-se canecas e infusas, cafeteiras, leiteiras, pratos, tigelas, serviços de mesa com chávenas, pires, bules e açucareiros, potes e encontrados outros objectos de que há menção, como fogareiros e “pipos” de litro e meio, desconhecendo-se igualmente como eram os púcaros ou que peças eram assim designadas. Tendo-se verificado em relação aos produtos do extinto centro oleiro de Ossela um processo de preservação diferencial, quer dizer, onde só os artefactos de utilidade clara e permanente ou dotados de uma qualificação estética particular foram conservados, não surpreende que na louça que chegou aos nossos dias predominem as formas decoradas, algumas de modo exuberante, ostentando escudos nacionais e as iniciais do oleiro de freguesia ou do conselho, a documentar por certo objectos de oferta ou de exposição em certames de indústrias populares. A técnica dominante é a da impressão por carretilha ou matriz repetida, a que se associa frequentemente a incisão, a acentuar ou a delimitar os motivos ornamentais ou em simples caneluras. A decoração por aplicação plástica é rara, sendo o único exemplo conhecido um botão sobre a asa de uma leiteira. Pouco se conhece do processo de fabrico das louças osselenses.

Pesquisas sobre o último oleiro, Luís Barbosa Coimbra, morador do sítio da Devesa, lugar de Mosteiro, Ossela e falecido em 1959, permitiram a recolha de elementos biográficos diversos e a localização de algumas das suas peças entretanto dispersas, mas pouco se apurou dos gestos técnicos ou dos caminhos que a sua olaria trilhava desde a argila nativa ao artefacto comercializado na feira ou utilizado no lume do lar. Memórias locais identificam ainda “covas do barro”, situadas nas imediações da freguesia, mas não está suficientemente atestada a cozedura pelo sistema da soenga, como noticiou Rocha Peixoto (Peixoto 1995 a), podendo antes Luís Barbosa Coimbra ter utilizado um forno mais convencional para a cocção dos recipientes que produzia, já que dos testos se encarregavam outros oleiros.

A louça era depois transportada em carretos à cabeça, por mulheres contratadas para o efeito, ou no próprio burro de Luís Coimbra, até às feiras dos arredores, tendo-se ainda preservado o registo da licença que em 1921 a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis lhe concedeu “para expor à venda louça preta nos dias de mercado desta vila” (Silva 1992). Um dos resultados mais significativos do estudo do último oleiro de Ossela foi a confirmação da sua ascendência, do Botulho, em Molelos, Tondela, o que justifica por um processo de migrações familiares, durante o século passado, a notória similitude entre as olarias negras de Ossela e as de Molelos, que já Rocha Peixoto havia notado.

Aliás, este poderá ter sido apenas um dos exemplos da difusão de oleiros – e consequentemente das técnicas e gostos da produção cerâmica – a partir daquele centro de produção beirão, que além de Ossela parece ter atingido também a localidade das Aradas (Aveiro), foco importante de louças pretas cujos artesãos, segundo um documento trazido a público por Rocha Madaíl (Madaíl 1922), teriam também origens familiares em Molelos.

Actualmente, as principais colecções de olaria de Ossela encontram-se no Museu Regional de Oliveira de Azeméis, na Casa-Museu Ferreira de Castro, daquele conselho, e na Casa Municipal de Cultura/Solar Condes de Resende, em Vila Nova de Gaia, para além de conjuntos menores que se conhecem em posse de particulares.

A notícia pioneira de Rocha Peixoto (Peixoto 1995 a) sobre a louça preta de Ossela foi ultimamente complementada por estudo monográficos (Silva 1992; Silva1996 a; Silva et. Al. 1997), que largamente servem de base a esta nota, possibilitando integrar aquele centro oleiro em levantamentos de âmbito regional mais alargado (Silva 1996; Fernandes 1997).” Por António Manuel S.P. Silva

O TESOURO DE OSSELA

O tesouro de Ossela, constituído por material exclusivamente em bronze, apresenta uma estrutura que se integra no quadro dos tesouros tardios da Gallaecia e da Lusitania, parecendo constituir aquilo que vulgarmente se conhece como um “tesouro de emergência”, isto é, reunido apressadamente com todo o numerário disponível num dado período, o entesourador reúne e selecciona criteriosamente as peças de maior valor numismático e monetário. A moeda mais antiga deste tesouro data dos inícios da Segunda metade do século III, emitida em Roma no reinado do Imperador Gallienus, sendo a mais recente do tipo SALVS REIPVBLICAE, cujas emissões devem ter terminado em 402.

Se esta moeda nos poderia fornecer uma datação post quem para o terminus do entesouramento, o que também poderia conotar a ocultação do tesouro com as invasões de Suevos e Vândalos em 409, já a inclusão da moeda do século III suscita uma problemática completamente diferente, indicando-nos que o tesouro terá sido formado numa época de grande rarefacção da moeda circulante, ocasionada pelas dificuldades de abastecimento por parte das autoridades romanas, devidas às invasões bárbaras e à subsequente alteração do quadro político-económico. Assim, nesta altura, lança-se mão de todo o tipo de moeda a que é possível ter acesso, inclusive moeda há muito fora de circulação, como seria o caso da moeda do século III, que volta a ter curso, senão legal pelo menos tolerado pelas autoridades – in Edição UI-Vária II Livro do Museu Regional de Oliveira de Azeméis (1995).

 

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